Guaraná ou “Paullinia cupana” é um arbusto trepador da família Sapindaceae. Trata-se de uma espécie nativa do Amazonas América do Sul encontrada nas selvas do Peru, Brasil, Colômbia e Venezuela. Os seus frutos têm uma casca amarela, vermelha ou laranja e quando madura vê-se a polpa branca e as suas sementes.
A parte que se utiliza do guaraná são as sementes, já que contêm vitamina A, vitaminas B e vitamina E, além de diferentes estimulantes destacando a cafeína (inicialmente foi denominada guaranina ao ser encontrada no guaraná), teofilina e teobromina. Devido ao seu elevado teor de cafeína, o guaraná é utilizado principalmente como composto de bebidas energéticas e como estimulante do sistema nervoso central. A semente de guaraná é rica em cafeína, é até 7% (do seu peso seco) destacado em comparação com o 1,2% que contém o café.
O mecanismo de ação destes alcaloides parece estar relacionado com a inibição da fosfodiesterase do AMPc e em menor medida do GMPc, aumentando assim as concentrações destes intermediários celulares. Este é o mecanismo que o inclui dentro das plantas com poder termogénico. Além disso, o consumo de guaraná favorece a produção de hormonas nas glândulas suprarrenais, contribuindo para a produção de adrenalina e catecolaminas.
O efeito dos estimulantes presentes no guaraná, têm dois mecanismos que são efeito rápido e efeito lento devido ao seu teor de taninos e saponinas, além de não ser hidrossolúveis. Por esta razão, é considerado um estimulante de efeito prolongado melhorando o estado de alerta e a concentração. No mercado, existem suplementos alimentares, inclusive medicamentos, formulados com guaraná destinados à combater os estados de cansaço geral ou como ajuda nas dietas de controlo de peso.
São inúmeras as aplicações dadas ao guaraná a nível tradicionais, no entanto, a maior parte não conta com estudos que possam demonstrar a sua eficácia. O uso mais dado ao guaraná é para combater o cansaço e a fatiga, graças ao poder estimulante da cafeína, embora o uso tradicional das sementes do guaraná incluem outras aplicações como o alivio das dores ou a debilidade da fibromialgia, como afrodisíaco e para promover a fertilidade, combater a dor de cabeça ou enxaqueca, como adstringente, protetor cardíaco ou para calmar o nervosismo. Além disso, o guaraná é muito apreciado devido a sua fama como antioxidante, antibacteriano e tem sido empregado como aromatizante em certos pratos.
Benefícios da sua contribuição
Aumento da função cognitiva e do estado de alerta.
Estudos realizados em modelos animais observaram que o consumo de guaraná melhora a memória e o rendimento físico, comparado com um placebo. Também observou-se que o guaraná pode melhorar o rendimento da memória secundária, aumentar o estado de alerta e inclusive melhorar o estado de ânimo mais além dos benefícios atribuídos ao simples consumo de cafeína, embora seja necessário mais estudos para poder conhecer os mecanismos concretos do guaraná sobre a função cognitiva. A cafeína presente no guaraná parece melhorar o tempo de reação simples (reação a um só estímulo) e estudos epidemiológicos recentes relacionam o consumo de cafeína do guaraná com a redução do risco de doenças neurodegenerativas como o Parkinson.
De um modo geral, considera-se que o guaraná tem propriedades estimulantes e de melhora da memória reduzem os estados de nervosismo ou stress em comparação com outras formas de consumir cafeína.
Perda de peso
O teor de cafeína que contém o guaraná dá-lhe o poder estimulante e termogénico, qualidade pela que é empregada em suplementos alimentares destinados à perda de peso.
A maior parte dos estudos disponíveis até o momento, avaliaram o guaraná em combinação com outros ingredientes, o que dificulta chegar a uma conclusão em relação aos efeitos do guaraná de forma independente. Alguns estudos que relacionam a ingestão de guaraná com a perda de peso, demonstraram uma redução do tecido adiposo e até mesmo do número de adipócitos. Estima-se que o consumo de uns 600 mg de cafeína por dia pode queimar umas 100 calorias em 24 horas. Sem esquecer o aumento de epinefrina e do seu efeito como simpaticomimético, derivado da paraxantina (que é um dos metabolitos primários da cafeína).
Além disso, dentro da função do guaraná de reduzir o peso, destaca também o seu papel supressor do apetite, sendo então considerado também como um saciante e supressor do apetite.
Dosagem
Não existe uma dose recomendada para o guaraná, se estabelecem diferentes doses em função do objetivo e da forma de consumo, já que não é o mesmo consumir o extrato que consumir a semente natural.
Algumas das doses referidas na bibliografia, encontraram benefícios a partir de 75 mg de guaraná. No entanto, para a melhora cognitiva tem-se utilizado uma dose única de 150 miligramas de extrato seco de guaraná (padronizada a uma concentração de alcaloide de 11-13%) e para aumentar a energia doses de 200-800 miligramas de extrato de guaraná duas vezes ao dia (antes do pequeno-almoço ou o almoço) e sempre sem exceder os 3 gramas ao dia.
Precauções
Geralmente, o guaraná é bem tolerado e é considerado como uma substância GRAS (geralmente reconhecido como seguro) pela FDA. Os seus possíveis efeitos adversos estão relacionados com o seu teor de cafeína, sendo assim, desaconselha-se o consumo de guaraná pelas crianças ou em momentos próximos à hora de dormir.
Deve-se evitar o consumo por indivíduos alérgicos ou com hipersensibilidade ao guaraná, cafeína, taninos ou a espécies relacionadas com a família das Sapindáceas.
Não é recomendável consumir guaraná em quantidades elevadas nem durante períodos prolongados, já que o seu elevado teor de taninos pode reduzir a capacidade do intestino para absorver alguns nutrientes.
Geralmente, recomenda-se ter precaução em pacientes com problemas de hemorragia ou que consomem drogas que possam aumentar o risco de hemorragia, já que o consumo de guaraná pode reduzir a coagulação de sangue e pode ser necessário ajustar as doses dos medicamentos. As mulheres que pretendem engravidar ou possam estar grávidas, devem abster-se do consumo elevadas de guaraná devido ao seu teor de cafeína, assim como também durante a gravidez e período de amamentação.
A combinação com extratos de outras ervas como a Laranja amarga, pode aumentar a sua toxicidade, embora suceda em raras ocasiões. Não se deve combinar com o ingrediente efedra.

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