As algas não são um alimento tradicional no nosso país, no entanto, o seu consumo está aumentando entre os portugueses nos últimos anos devido ao auge da gastronomia asiática. De certeza que já provaste delicias como os maki rolls, a salada de sunomomo ou a sopa de misso; e possivelmente algum amigo tenha-te contado os múltiplos benefícios que tem este superalimento. Mas, sabes realmente, se consumir algas habitualmente é tão bom como te disseram? Continua a ler se queres saber mais!
Tipos de algas
Este alimento pode ter formas muito variadas: filamentosas, cilíndricas, em fatias… E também , podes encontrá-las de cores diferentes: azuis, castanhas, vermelhas ou verdes. Muito por onde escolher? Vamos estreitar um pouco mais o círculo mostrando-te quais são as algas mais conhecidas e consumidas em todo o mundo:
Alga Nori | É uma das algas mais consumidas no Oriente. Quando se seca e é prensada transforma-se numa espécie de “folha de papel preto”. De certeza que já a viste, uma vez que é a alga que se utiliza para envolver o sushi. Embora, também, possa ser torrada e é fiável para utilizá-la como tempero de saladas, sopas, massas… |
Wakame | De cor verde brilhante, pode lembrar-te a espinafres cozidos. Tem um sabor muito suave, no qual é ideal para incluir em sopas, caldos ou como acompanhamento de peixe. |
Kombu | Costuma-se adicionar à água da cozedura dos legumes já que favorece a sua digestão. Além disso, é um grande potenciador de sabor, pelo qual se o adicionas aos teus guisados, irão gostar mais! |
Spirulina | Pode parecer-te familiar porque é um dos superalimentos vitamínicos mais vendidos mas, sabias que também podes inclui-la nas tuas receitas? |
Agar-Agar | Devido à sua capacidade elevada de absorver água, na cozinha utiliza-se como espessante e gelificante de alimentos doces ou salgados sem fornecer sabor. |
Cuidado com o Iodo
O conteúdo em iodo das algas pode variar muito dependendo da espécie à qual pertence, o lugar de colheita ou o processamento a que foram submetidas. Com tudo isto, o conteúdo de Iodo nas algas é realmente alto, o que a priori poderia parecer muito bom devido ao elevado défice deste mineral que existe na população portuguesa.
No entanto, não é assim, a quantidade de iodo das algas pode superar até 2000% a Ingestão Diária Recomendada deste mineral, o que pode causar problemas a pessoas com hipo/hipertiroidismo, crianças e grávidas.

Benefícios exagerados?
Existem muitas afirmações sobre as algas que se repetem sem verificar a sua veracidade:
Mitos
➡ Fonte de vitamina B12: as algas não são ricas nesta vitamina, mas contêm análogos da vitamina B12 (não é o mesmo e não tem os mesmo benefícios).
➡ Ricas em ferro: as algas nori e wakame fornecem apenas entre 10% e 12% da ingestão diária recomendada (IDR) deste mineral por cada 100 g.
Verdade
➡ São fonte de Ómega 3 vegetal: Na verdade, é delas que os peixes azuis o recebem. Os suplementos de DHA fabricados à base de microalgas têm a mesma eficácia que os de origem animal.
Então, é bom consumir algas?
O nosso conselho é que desfrutes do consumo das algas, mas não de forma habitual nem em grandes quantidades. Uma boa opção é consumi-las como condimento e limitar os pratos que as contêm como ingrediente principal. Bom apetite!
As algas fornecem múltiplos benefícios para a nossa saúde, no entanto, a quantidade elevada de iodo que possuem faz com que seja necessário consumi-las com muita precaução.

Especialista em Nutrição, Dietética e Cuidado Pessoal.
Andrea é licenciada em Nutrição e Dietética pela Universidade Complutense de Madrid e é especialista num Mestrado em Nutrição para a Actividade Física e Desporto pela Universidade Católica San Antonio de Múrcia. Após uma experiência comprovada no âmbito clínico, a sua inteligência emocional levou-a a encarregar-se de transmitir aos nossos clientes toda a informação sobre bons hábitos alimentares e cuidados pessoais.