O termo cacau emprega-se para nomear as sementes da árvore Theobroma cacao, assim como para denominar o produto resultante da torragem e moagem das sementes. A partir da semente de cacau torrada, elabora-se o alimento conhecido por todos como chocolate.
O nome da árvore de cacau (cacaueiro) provém do grego “Theo” que significa “deus” e “broma” que significa “bebida”. E é tanto pelo seu sabor como pelos múltiplos benefícios que se lhe atribui, que foi considerado ao longo de vários séculos como “a bebida dos deuses”. A origem do cacau parece ser Mexicana, onde os maias, os incas e os aztecas já o cultivavam, considerando-o um luxo acessível só para as classes altas. Era utilizado como afrodisíaco e atribuíam-no numerosos benefícios. Mais tarde, na idade média foi introduzido na Europa graças aos colonos. Atualmente o cacau cresce principalmente no oeste de África, América central, América do sul e Ásia.
A gordura que contém o cacau está composta por ácido esteárico (33%), oleico (33%) e palmítico (25%). Além disso, o cacau é rico em flavonóides, os três grupos principais identificados são as catequinas (37%), as antocianidinas (4%) e proantocianidinas (58%). Estes flavonóides têm poder antioxidante e o seu teor antioxidante é maior no cacau que em outros alimentos como o chá, o vinho ou as maçãs.
O cacau considera-se um alimento estimulante porque contém metilxantinas, que são substâncias com capacidade para estimular o sistema nervoso central. Contém principalmente teobromina e um pouco de cafeína. O cacau também inclui na sua composição, minerais como o cobre, potássio, fósforo, ferro, zinco e magnésio; necessários para inúmeras funções biológicas no organismo.
No produto final do cacau, o chocolate, o teor de polifenóis poderia diminuir até 90% em comparação com o cacau como consequência do processamento.
Benefícios da sua contribuição
Os efeitos benéficos do cacau foram amplamente demonstrados e se atribuem principalmente ao seu alto teor de flavonóides e ao seu grande poder antioxidante. Estes compostos protegem contra o stress oxidativo, diminuem a oxidação das lipoproteínas de baixa densidade (LDL ou colesterol mau) e aumentam a capacidade antioxidante do plasma.
A Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) emitiu um comunicado relativo às propriedades saudáveis dos flavonóis do cacau, onde corrobora que “os flavanóis ativos do cacau contribuem para manter a vasodilatação dependente do endotélio, e contribuem à um fluxo sanguíneo saudável. Ajudam a manter a elasticidade dos vasos sanguíneos e a ter uma irrigação sanguínea normal”.
Efeito contra as doenças cardiovasculares.
A aterosclerose está influenciada por vários fatores e os flavonóides do cacau influem positivamente na sua prevenção mediante os seguintes mecanismos:
- Evita a oxidação dos lípidos plasmáticos reduzindo o risco de aterosclerose.
- Redução da pressão arterial e produção de óxido nítrico: o cacau tem um efeito vasodilatador graças à uma maior produção óxido nítrico sérico e óxido nítrico endotelial. Isto deve-se à capacidade dos flavanóis para ativar o óxido nítrico sintase, aumentando os níveis de óxido nítrico nas células endoteliais. Além disso, o seu efeito antioxidante favorece a ação do óxido nítrico.
- Inibidor da ativação plaquetária: outro dos fatores de risco na aterosclerose é a agregação plaquetária. O cacau produz um efeito modulador na função plaquetária e reduz a formação de trombos. Após o consumo de cacau, os leucotrienos diminuem e a prostaciclina aumenta, este fato considera-se positivo para a proteção cardiovascular, já que os leucotrienos são vasocontritores e pró-inflamatórios estimulantes da agregação plaquetária, enquanto as prostaciclinas são vasodilatadoras, anti-inflamatórias e inibidoras da agregação plaquetária.
- Melhora da sensibilidade à insulina.
- Efeito anti-stress: alguns estudos sugerem que o cacau poderia reduzir o stress, ao promover a síntese de serotonina, já que é um neurotransmissor relaxante.
- Redução da gordura corporal: alguns estudos encontraram uma redução da síntese de gorduras e aumento da termogénese.
Efeito estimulante.
O cacau tem poder estimulante porque contém metilxantinas, que são substâncias alcalóides, com capacidade de ativar o sistema nervoso central. A principal metilxantina do cacau é a teobromina, embora contenha também um pouco de cafeína. Estas substâncias melhoram o estado de alerta, aumentam a irrigação sanguínea e diminuem a fatiga.
Efeito sobre o cérebro.
Alguns estudos relacionam a capacidade de aumentar a irrigação sanguínea no cárebro com um possível aumento no rendimento cognitivo e sugerem que o cacau poderia exercer um papel importante no tratamento de doenças neurodegenerativas. O efeito dos flavanóis do cacau sobre a cognição humana, o estado de ânimo e o comportamento é um campo importante a estudar no futuro.
Efeito sobre o sistema imune.
Alguns compostos fenólicos presentes no cacau são capazes de estimular o sistema imunológico.
Efeito contra o cancro.
O Cacau poderia ter propriedades antimutagénicas, devido à atividade antioxidante dos seus flavonóides que agem contra os radicais livres.
Efeito anti-inflamatório.
Os polifenóis do cacau reduzem a inflamação graças à inibição da produção pró-inflamatória como os leucotrienos.
Efeitos contra o hipotiroidismo.
O cacau é uma boa fonte de cobre, necessário para a síntese de hormonas tiroideias, a sua deficiência pode causar hipotiroidismo. Se não se dispõe de cobre suficiente, isto pode produzir um desequilíbrio celular de cobre e zinco, que impede que a tiroxina (T4) se converta em tri-iodotirosina (T3), isto causa hipotiroidismo e como consequência diminui a produção de energia, a célula torna-se mais lenta e produz estados de cansaço. O cacau é uma boa fonte de cobre que pode prevenir ou melhorar os sintomas derivados do hipotiroidismo.
Efeitos sobre o tom e a elasticidade da pele.
Segundo alguns estudos, o consumo de extrato de polifenóis de cacau poderia exercer um efeito positivo sobe a pele, suprimindo os efeitos toxicológicos das dioxinas do corpo, assim como para a elaboração de cosméticos de uso tópico para proteger a pele contra o dano oxidativo causado pela radiação ultravioleta.
Efeito sobre a saúde dental.
Embora muitas vezes se relacione o surgimento de cáries com o consumo de cacau, estes efeitos negativos sobre a placa devem-se normalmente ao açúcar que contêm os derivados do cacau, como o chocolate. Diversos autores, assinalam que o cacau poderia exercer um efeito positivo sobre a cáries dental, já que contém inibidores da enzima dextransacarose, que é a responsável da formação da placa de polissacárideos da sacarose. Além disso, as substâncias fenólicas podem ser responsáveis de um efeito anticáries havendo demonstrado que inibem o crescimento de alguns tipos de Streptococcus.
Dosagem
Na declaração da EFSA, afirma-se que as propriedades saudáveis do cacau podem ser utilizadas para a elaboração de bebidas de cacau (que contenham pó de cacau) ou para a fabricação de chocolate preto que contenha como mínimo 200 mg de flavanóis de cacau por ingestão diária.
Precauções
O consumo de cacau é em geral considera seguro, no entanto, pode haver casos de pessoas às que o cacau produza alergia ou sejam sensíveis à alguns dos seus componentes, incluindo a cafeína. Em algumas pessoas também pode causar enxaqueca, dores de cabeça ou eczemas.
As pessoas com problemas de estômago, devem ter cuidado com o consumo de cacau, já que um dos seus componentes, a teobromina, pode relaxar o esfínter do músculo esofágico e pode dar lugar à que o ácido passe ao esófago, causando refluxo.
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