O óleo de onagra obtem-se da semente de onagra (Oenothera biennis). Esta planta pertence à família das onagraceae, as suas flores amarelas florescem durante a noite e é originária da América e algumas partes da Europa e Ásia. Tradicionalmente os nativos americanos já utilizavam o caule da onagra e o suco das suas folhas para tratar as inflamações cutâneas e fazer cataplasmas que utilizavam para tratar contusões e feridas leves.
O óleo de onagra obtém-se mediante a extração com dissolventes a partir das sementes e é uma fonte muito rica em ácidos gordos omega 6. Os ácidos gordos omega 6 têm carácter essencial, ou seja, são necessários para o correto funcionamento do organismo, mas não podem ser sintetizados pelo mesmo e é necessário obtê-los através da alimentação.
O óleo de onagra contém principalmente ácido linolenico (aproximadamente um 75%), ácido gama linolénico (GLA) (aproximadamente um 9%) e vitamina E. Os efeitos terapêuticos do óleo de onagra são atribuídos principalmente ao ácido gama linolénico (GLA) sendo considerado como um precursor da síntese de eicosanoides, como por exemplo a prostaglandina E1 e o efeito direto que têm estes componentes na função imune.
Por cada 100g de óleo de onagra, obtém-se um teor entre 7 e 10 gramas de GLA, embora este GLA seja muito biodisponível, por exemplo, o óleo de borragem, tem o dobro de GLA do que o óleo de Onagra, no entanto, os efeitos no organismo atribuídos ao mesmo são semelhantes se forem medidas em base à uma grama. Isto deve-se a que na biodisponibilidade do GLA podem influir vários fatores, entre outros a estrutura específica do triacilglicerol. Assim, a posição que ocupa o GLA nos triglicéridos em ambos os óleos é diferente, enquanto o GLA concentra-se na posição sn-3 do óleo de onagra, no óleo de borragem está na posição sn-2.
O óleo de onagra utiliza-se tradicionalmente para o tratamento de mastalgia (dores dos seios), menopausa, sintomas pré-menstruais, inflamação crónica, dermatite atópica e artrite reumatoide, embora muitos destos efeitos tenham ainda resultados contraditórios e sejam necessário realizar mais estudos para confirmar o seu efeito. Muitas pessoas também o utilizam para tratar afeções da pele como eczemas, psoríase, acne e a síndrome de Raynaud.
Benefícios da sua contribuição
Fonte de ácidos gordos essenciais
O óleo de onagra é uma boa fonte de ácidos gordos essenciais, os seus efeitos terapêuticos estão diretamente relacionados com estes componentes e a sua ação nas células imunes, assim como o seu efeito indireto na síntese de eicosanoides.
O ácido gama linolénico (GLA) presente no óleo de onagra, da lugar ao ácido di-homo gama linolénico (DGLA), que compete com o ácido araquidónico (AA) para aceder às enzimas ciclooxigenases e lipoxigenases, que em ambos os casos dão lugar a subprodutos eicosanóides, com o qual, embora a suplementação com GLA não incida nos níveis de ácido araquidónico celulares (AA), se for reduzida a síntese dos seus derivados (como por exemplo LTB4, LTC4, e PAF).
Os derivados do ácido araquidónico modulam muitas funções celulares, entre elas a inflamação, resultando mais inflamatórios do que os do DGLA, que são considerados mais benéficos e geralmente relacionam-se mais com processos anti-inflamatórios (por exemplo, PGE1 ou 15-HETrE).
Embora muitos destes estudos encontram-se ainda em fase prematura e estudam-se ainda a sua eficácia e mecanismo, o ácido gama linolénico (GLA) pode oferecer novas estratégias para o tratamento e prevenção de certas doenças. Este GLA não encontra-se facilmente nos alimentos, de modos que o azeite de onagra poderia resultar um complemento ideal para obter este ácido gordo.
Estão em curso estudos sobre o seu efeito no tratamento de doenças como a dermatite atópica, mastalgia, menopausa, sintomas pré-menstruais, artrite reumatoide e inclusive na neuropatia diabética.
Dosagem
As preparações de óleo de onagra estão disponíveis em cápsulas ou em forma líquida e as suas doses dependem das diferentes marcas. Os produtos comerciais normalmente indicam uma dose de umas 1000 mg dia.
Em doses terapêuticas, dependendo do objetivo para o que tenham sido administradas, as quantidades são diferentes, por exemplo nos estudos sobre a dermatite atópica em adultos, foram utilizadas doses entre 0,16 g e 0,64 g de GLA em doses divididas ao longo do dia, enquanto na neuropatia diabética foram utilizadas doses entre 0,36g e 0,48 de GLA dia.
Precauções
O óleo de onagra geralmente é bem tolerado e seguro, sempre que se seguem as recomendações. Em alguns casos poderia produzir transtornos gastrointestinais como dor abdominal, indigestão, náuseas ou fezes moles e/ou dores de cabeça. Desconhecem-se os efeitos adversos durante a gravidez e lactância, e por isso, não recomenda-se o seu uso durante estes períodos.

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